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Do tempo nasce a sede,
esta sede imensa de te olhar
assim
tão perdidamente
Das tuas mãos
alicerces do mundo
ganho o alimento para os meus dias,
a luz de um beijo,
repetição de vida.

Às vezes trazes lírios no olhar
outras é melancolia das palavras doces
que vou lendo no teu sorriso

Um dia partirei
para a pátria do silêncio…
Nada restará de mim,
talvez um gesto incompleto,
mas de ti…
de ti levarei a nascente da sede
nos meus olhos.

António Patrício Pereira

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fotografia / Natalia Drepina (Russia)