Nada há que mais me confunda
que esta orla de mim onde o mar
teima em rebentar vagas ávidas de terra.
Olho-o, temerosamente fascinado;
Sinto no rosto o hálito salgado
do seu bramir espumoso, obscura força.
É na voz solitária dos afogados que encontro
a interpelação líquida de um deus lamentoso
à insignificância da matéria de que sou feito.
António Patrício