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aberto, circunstancia, dádiva, desassossego, inquietação, letras, olho, passado
Se vivo os dias e as noites,
o tempo e a circunstancia,
é por ti!
É por ti que revisito o passado
e alimento o presente,
em permanente inquietação.
Por ti desejo o desassossego
de um peito aberto
em silêncio, sem desculpas.
Se a imperfeição do dia-a-dia
revelo em nuas letras,
breves pétalas… é por nós.
Por nós, invento pequenas alegrias,
de suspensas dores,
em poemas de má qualidade.
Se guardo os tesouros
que em generosa fragilidade
me dás, é por mim.
É por mim que te olho
nas palavras trocadas,
em cúmplice dádiva.
Por ti, por mim… Por nós,
a realidade dos sentidos,
adiados prantos… Infinitos nadas!
António Patrício