Etiquetas
existência, ritmo, sons, tempo, terreiro
Ainda mal cheguei ao terreiro,
já a banda me troca os passos
neste fluir dos sons.
E eu, perdido no ritmo,
vou tentando acertar as voltas.
De dança em dança,
vou fazendo os dias, as noites!
De dança em dança,
danço a vida que passa neste tempo
sem tempo.
Sufocam-me os sonhos e o ser.
E a dança continua
ao ritmo da melodia repetida,
e repetida, e repetida…
Sem sons nem palavras,
ao ritmo das gentes passando
numa dança desordenada, frenética.
E quando a música acaba,
estafado de tentar,
volto para mais tarde teimar…
De olhos fechados,
sonho os dias possíveis.
A começar mais um dia,
mais uma vida.
Mais um pedaço desta coisa
a que chamamos existência!
António Patrício Pereira