Quando era miúdo olhava o céu estrelado,
e achava que as estrelas estavam lá longe;
Era de fascínios escancarados o meu olhar.
Hoje, homem, olho o céu,
e continuo a achar que as estrelas estão lá longe;
É no meu, irremediável coração,
que vou calando esta resignada incapacidade
de as alcançar.
Talvez, um dia, quando crescer,
patrão de um cansado corpo gasto de navegar,
as sinta perto e com elas,
possa inventar outra infância.
Voltar, num breve segundo, ao pó de onde vim
e,em renovados fascínios, renascer.
António Patrício Pereira