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Nas veias correm-nos as lágrimas;
Adormecem vermelhas
na solidão do corpo, 
nosso cárcere vivo.
Na quietude do tempo,
conspiram em silêncio.
Dormentes, delirantes…

Correm como animal na noite.
E quando o Sol estilhaça as trevas
que ainda guardamos nos olhos desertos,
agora escancarados…

Perdemo-las involuntariamente,
sulcos cinzentos…
Pesadas como água,
no rosto ainda nocturno,
pesadas como lágrimas.

António Patrício Pereira

imagem | Raphael Guarino (Alemanha)