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dos sonhos, Esparta, gosto amargo, liberdade, o dia, o vento, sobra
Ruínas é o que resta
do que fomos, traços
finos de réptil no chão verde.
Na penumbra do tempo
jazem, sem préstimo,
graníticos blocos cinzentos,
as armas e os guerreiros,
filhos e sangue de Esparta.
Perdeu o dia as cores e a noite
é ventre incerto dos sonhos;
Inquietos estão os deuses
que não entendem os Oráculos.
São feridas terrosas o que sobra
na vastidão da memória…
Só o vento nos vai secando
o desespero do rosto
e o gosto amargo a derrota
do coração…
Indiferentes aos desígnios dos céus
e ao sofrimento dos homens,
no solo sagrado da liberdade,
continuam a florir os lírios.
António Patrício