Abro portas ao vento Sul
que sedento chega do atravessado deserto.
Chega fraco, de meter dó
este vento das longínquas areias.
Assim, como ele, em fraqueza
me encontro depois de caminhados mundos.
À sombra destes dias.
prostrados ficamos, perdidos no eco sem fundo,
que no fundo do nosso peito arde.
Sacode pó dos cabelos o vento,
bato eu os trapos do corpo de onde se desprendem
os ventos do caminho.
Éolo adormece embalado pelas palavras
dos pássaros, sonhados voos…
Sem ruído que já me bastou o cantar das Ninfas
fico de olhos abertos.
Vejo o desfilar das estações prenhes de vida…
Vejo o entardecer dos meus dias…
António Patrício