Pedes-me a Lua.
Digo que sim,
que ta dava junto com o Sol.
Prometia até Marte.
Se a estrela e o satélite
fossem de menos.
Grande é o meu embaraço.
Da Lua só o pálido luar tenho,
do Sol talvez um pouco de calor.
Entende,
sou um simples vivente
sem brilho nem encanto.
À nocturna viajante não lhe chego,
ao resplandecente astro não lhe toco…
E Marte ? Não estava na promessa!
Porque não te contenta
este corpo que habito,
este amor que te estendo?
Se olhares com atenção
verás um pouco de matéria
do universo nas minhas palavras.
Queres guardá-las no teu peito?
António Patrício