Desnorteadas naus sem rumo
assim somos nós;
vamos juntando pedaços
de vida que não sabemos unir
construindo fronteiras
entre a lógica e a loucura
que se perdem nas lágrimas cansadas
de um rosto sem expressão.
O peito resiste;
veste uma esfarrapada couraça
de esperança
e guarda a última centelha deste fogo
que nos vai mantendo neste limbo
de esperas feito
entre o que já se viveu
e o que há para viver.
António Patrício