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aves de rapina, edição, enorme, escrita, póstuma., poesia, tinta preta, verdade
Perguntam-me, com alguma frequência, se tenho livros editados…
Pergunta legítima de quem vai perdendo algum tempo da sua vida a dar cabo da vista a ler o que vou rabiscando.
Vou tentar responder a todos de uma vez… Não tenho livros editados. Porquê?
Por várias razões, e não querendo ser enfadonho, passo a explicar.
Como repito amiúde, não me tenho por poeta. Respeito em demasia a escrita poética e os poetas (os que o são mesmo de verdade), para que possa eu considerar a minha brincadeira com as palavras poesia ou algo parecido com poesia. Gosto de alinhar palavras, de lhes sentir o peso a cor o sabor; gosto do ritmo que lhes posso dar (ou elas a mim)… Ou seja brinco como um miúdo grande com elas assim como quem brinca com “Legos”.
E depois, esta coisa de “parir” um livro tem responsabilidades várias. Não basta manchar meia dúzia de páginas a tinta preta (ou de outra cor qualquer), fazer uma capa melada com o título ainda mais enjoativo e botar o nome na capa (eu sei que alimenta o ego e tal), mas é pouco e pobre. Até porque nesta coisa dos egos quem ganha são sempre umas aves de rapina que se alimentam deles; Incautos!
Na verdade pouco tenho feito para existir um livro (um só que seja), de minha autoria. A poesia e a escrita em geral não ficavam mais ricas com isso, logo não faço eu falta à poesia nem à edição livreira.
Pelos motivos referidos vou gatafunhando ao sabor da vontade, dos estados de espírito, dos humores da vida e do corpo…
Pode ser que um dia lá ponha mãos à obra e dê à luz um livrito… pode ser, não é certo.
O certo é o blogue que vou fazendo (na verdade até para criar o blogue fui “empurrado” por um amigo, https://apontamentosdebabel.wordpress.com/ ), e o que vou por aqui colocando.
Como tenho dito a alguns amigos: Um dia que eu deixe de respirar vocês, na vossa enorme simpatia, editarão uma “Obra Completa”, póstuma.