Em tempos escrevi um diário
na palma da mão…
Perdi-o ao mergulhar nas águas
turbulentas que atravessam os dias.
Por vezes ainda há um rosto
sem sombra
um corpo
de tempo ausente
arrancados à memória dos dedos.
Algumas palavras velhas
trazem até aos meus olhos outros que fui;
Algumas fotos amarelecidas pelo esquecimento;
Sorrio-me, estático, como se fosse dono
de uma verdade sem nome que já perdi,
faz muito.
António Patrício Pereira