Nos teus braços recomponho
a degradada esperança.
Refaço as palavras, em ti mulher,
das consternadas realidades.
Agarro em demoras
as tuas mãos nas minhas,
quando a ti me chego vacilante;
sossego das minhas desilusões inquietas.
Transfiguro as madrugadas nos teus lábios,
renasço inteiro, pelo teu corpo parido,
em vontades vagabundas
de viver em ti cada exílio sofrido.
Dos passados desenganos
ainda guardo as arestas aguçadas.
Das feridas ficou a marca…
Mais na alma que na pele.
António Patrício