Em repouso
ouço-te respirar na penumbra…
sinto a revelação do teu movimento…
adivinho a linha do teu corpo…
o peso da tua mão no meu peito…
abandonada… pelo sono.
Ouço correr o sangue
nas minhas veias…
neste meu corpo que é teu
aspiro esta essência viva que sou
em ti encontrada, roubada
silenciosamente
Um suspiro
fundo, rouco, perdido
estremece o teu peito…
a própria voz do existir…
código de vida que eu, cego
tento decifrar.
António Patrício Pereira