Cada poema é um universo completo.
Sons concretos,
cortina breve com que tapo a vida.
Alongo a utopia, pano de fundo
onde projecto com luz bruxuleante
as asperezas da alma mais que as do corpo.
A cada palavra escrita interrompo o tempo,
a cada verso morro em renascidos momentos
neste túmulo lúcido em que vou existindo.
Iludo os absurdos dias envolventes
na escrita, ampla linguagem
desta liberdade indistinta em que mergulho.
António Patrício