Volto ao nada que sempre foi
em corpos tentado.
Dos amores nada sei,
barro disforme nos instintos
moldado.
Talvez ainda me perca por flores
de todas as formas e cores;
assim como nos relevos da pele
de tão amado calor.
Mantenho as mãos em abandonados
silêncios;
nego os parados gestos;
recuso à carne a primazia
da tua existência.
Dos amores nada sei,
simples verdade
com que despeço o desejo
deste meu amordaçado coração.
António Patrício