De que servem proezas mesquinhas
em sacrifício moldadas,
na carne sofridas,
perante a luz que arde nos teus olhos?
Só os deuses
no crepúsculo dos dias alcançam
a montanha mais alta sem
carregar a velhice no coração.
Eu, simples mortal,
vou passando as portas da noite
para me perder nos meus desertos.
Resignado prisioneiro.
E a luz dos teus olhos?
É a única janela que se abre para o longe
onde me fico a ver o estertor da tarde…
que arde rente à cidade cansada dos homens.
António Patrício Pereira