A vida não tem fim nem morte
nasce e renasce
em cada momento
como a utopia dos Homens
Por vezes perdem-se as máscaras,
finda o espectáculo;
Cai o pano, não há aplausos…
Fica a inutilidade em cena; nada sobrevive
Da medonha representação
nem Hades, enjoado, tem piedade.
Abandona os cadáveres, ainda viventes,
ao seu destino
Só as raízes, horas cadenciadas,
mantêm o sono da vida que renascerá
inteira
num corpo novo
Renasce a vida, renasce a utopia,
continua o Homem a sonhar
a cada momento
e volta a vida a não ter fim nem morte.
António Patrício Pereira