Etiquetas

, , ,

De que te serve abandonar
o corpo à corrente dos dias
na espera constante das noites
se as consomes em desejos de claridade?
De que te servem os verbos adiados
se nem as palavras lês na tua pele
que envelhece cansada
de esperar pelo afago que trazes
nas mãos?
De que te serve matar a vontade
em ti
se a aurora acontece todos os dias?

António Patrício Pereira

fotografia / Raphael Guarino (Alemanha)