Aos dias vou-os lendo no reflexo
das águas;
Vitrais onde descubro esquecimentos
que vou apontando com o dedo
e acompanhando com olhar incerto
de quem carrega perfeitas dúvidas…
Já não sei se o que os olhos vêem
é concreta realidade se desejada ilusão
Faço o roteiro dos fragmentos encontrados
nas margens da memória
e pedaço a pedaço
redijo o inventário das estações que trago no sangue…
Espero o amadurecer das horas e antes da noite chegar
guardo em palavras as idades do meu corpo
para que os sonhos não me misturem os dias.
António Patrício Pereira