Vou prosseguir viagem
seguir a voz da terra
ouvir o eco do silêncio
da inquietação fazer caminho
regressar ao pó
a cada passada
rasgar memórias
acreditar que em mim
nada secou; só as horas morrem
atravessar as noites
os dias
e gota a gota beber a vida
como quem se perde
no rumo do vento
ou dilui nas veias todas as marés
e quando o tempo passar,
deixar os ossos
nas sílabas firmadas num pé de página.
António Patrício Pereira