É o tempo de renascer,
de lançar, de novo, as sementes à vida;
Por, uma outra vez, o corpo a caminho
e deixar que o olhar recriar a vontade
de sonhar chegadas…
Sentir o pulsar das saudades
do que ainda há para viver,
encontrar a certeza de um crer
e sentir o tempo renascido
no húmus que nos corre nas veias.
É o tempo de desenhar
poemas… novos poemas
e de reescrever rumos com linhas depuradas
como fios de linho novo
que vamos fiando entre os dedos trémulos.
Da incerteza fazer rosa-dos-ventos
que nos revele o Norte
quando é de Sul o nosso passado,
reinventar o nosso presente
no que somos por dentro da pele…
barro
somente barro!
António Patrício