Existo, como nota dissonante
d’uma sinfonia incompleta,
como estátua de carne
inacabada,
como verso de palavras cuspidas
nesta vida incerta.
Existo, nesta busca constante
daquele que sou,
em imperfeições talhado;
cais sem navio que perdido navega
ainda nas brumas da existência.
António Patrício