Hoje sinto que todos os meus versos
serão partes incompletas d’um poema só,
triste como a solidão de Nobre
O som é mudo, a voz calou na garganta
e o frio (ou é impressão)
povoa o meu peito deserto
As árvores desfolhadas dão à rua
um estranho ambiente fantasmagórico
deambulada por espectros de cores soturnas
E eu olho indiferente para o abandono que carrego
nas mãos incapazes
estátuas frias onde nem os pássaros cantam o dia
Vou buscando uma réstia de Primavera
neste dia de folhas mortas
no tépido contacto do teu corpo
António Patrício
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