Ainda o Sol,
acabado de chegar de mais uma viagem a Oriente,
desdobrava a madrugada em vagares cansados
já ele caminhava na rua ainda repleta de sombras…
Com a cabeça noutro lugar;
cogitava, alheado do mundo que amanhecia…
Faltava-lhe alguma coisa, mas o quê?
Não atinava com a falta sentida…
Ao caminhar chocou com um candeeiro teimoso em dar luz
a uma sombra que definhava;
Sem olhar e abstraído pedira desculpa ao cidadão atingido.
Na repartição não ouviu as palavras dos colegas, ensimesmado…
Faltava-lhe qualquer coisa, mas o quê?
Porque não adivinhava a falta que o inquietava consumiu as horas
sem lhes tomar o gosto e não deu conta do vulgar trajecto do dia.
Foi o último a sair; Deixou coração aberto e alguns sorrisos por carimbar.
Tomado pela dúvida voltou já o dia tinha negociado o tempo com a noite.
Meteu a chave à porta e estranhou a ausência do gato na saudação costumeira…
Faltava-lhe alguma coisa, mas o quê?
Deu com o felino amigo a dormir, enroscado,
junto de um corpo que de imediato reconheceu…
Só então entendeu o vazio que o consumiu; Mais tranquilo constatou:
Esquecera o seu corpo em casa.
Esquecimento inquietante
28 Sábado Mar 2015
Posted 2015
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