Sinto na pele a falta amarga
daqueles segundos
carregados de horas,
lentas passagens
pelos labirintos da carne
onde despíamos as palavras
tanto como o desejo.
Na saliva tomávamos
o gosto dos oceanos em ofegada
ondulação das marés…
Restavam os rascunhos das madrugadas
de luz lívida
e os nossos corpos… tão nus!
António Patrício