Colho as horas maduras
do dia onde o tempo se refugia
e, imóvel, se deixa levar
nos vagares da luz,
instante a instante.
Aquieta-se o coração na folhagem
coberta de silêncios
que as árvores agitam ao vento
e no desenho alado do voo
de um pássaro.
Todos os dias nascem rosas
e outros amores tão perfeitos
na linha de minutos que desfila
ininterrupta.
Todos os dias nascem os dias
no ventre de outros dias…
Todos os dias bebemos a espuma
que nos resta nesta taça;
oferta de deuses benevolentes.
António Patrício
Amei ler os poemas poeta. Abraços.