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corpos, desejo, despedidas, dos amantes, dulce maria, maria portugal
Havia um triste augúrio no nosso olhar,
uma urgência a despontar em cada gesto
linear, um tempo futuro magoado
em cada palavra que deitávamos ao mar.
Havia o esquecimento abraçado por nós,
o desejo que morria, agonizante, nos nossos corpos.
O lamento gritado pela buzina
férrea de um navio condenado a navegar.
Não me lembro de tudo…
Que a memória é companhia traiçoeira
e as sombras uma constante
nas despedidas dos amantes.
António Patrício