Não basta olhar,
há que ver o que aos olhos escapa
e os sentidos guardam.
Não basta ler,
há que entender os desígnios encerrados
na curva de cada palavra.
Não basta falar.
há que dizer concreta liberdade num peito a estalar.
Não basta navegar os dias,
há que viver as horas, caminhos sem volta.
Não basta amar,
há que respirar o mesmo mar nos dias amargos
e continuar.
António Patrício