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É de olhos fechados
que percorro paisagens interiores;
viagem nos bastidores alinhavados
de um corpo em que me vou exilando.
Às vezes perco-me
em labirintos desconhecidos,
onde ecoa, de forma estranha, a voz
de uma saudade repentina.
É no meio de escombros
que adivinho um rosto sorridente;
Janela para uma realidade
que já não existe.
Adormeço encostado ao meu respirar…
António Patrício