Morro pelos escombros deste silêncio
que me dói no peito.
Morro quando o teu ser
se veste de memória no meu pensamento.
Morro porque temo a solidão
que os dias trazem no ventre.
Morro quando a noite
se deita a meu lado em horas estáticas.
Morro pela vida que perdeste…
E com as palavras que já não dizes
vou eu construindo
esta jangada de saudade
que a dor faz crescer
à passagem alheada do tempo.
António Patrício