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Deixar os dias correr sem ver,
viver sem entender…
Respirar, porque sim, sem sentido;
Não saber o porquê da palavra
nem do verbo;
dos amores alheado;
Ignorar a diferença entre a dia e a noite,
entre o mar e a maré;
Atravessar a vida de olhos fechados,
fazer do destino divina fatalidade…
Antes a perfeita morte que tal viver,
feito de alucinados enganos;
Amarga ignorância…
Meu amigo a vida é desassossego…
Mesmo que te rasgue o peito,
e que cada passo seja bruta dor;
Mesmo que fiques rouco de gritar
às sombras da tua alma
não desistas de entender
cada dia,
cada minuto da tua vida.
E no teu absoluto ser, respira os ventos…
Deixa a palavra ser verbo em ti.
António Patrício