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Tu que no exíguo espaço do teu corpo
te perdes em vazias lamentações;
Que fazes da solidão repetido pranto.

Aos dias esgotados no calendário
acrescentas horas de grandes penas.
Praguejas injustos desalentos.

Cospes palavras tão coitadinhas;
Perdes a dignidade no nevoeiro
compacto das multidões…

Acaso consegues ouvir os passos
de quem caminha a teu lado?

António Patrício

Quem caminha a teu lado? (poema de algibeira XLVI)