Tu que no exíguo espaço do teu corpo
te perdes em vazias lamentações;
Que fazes da solidão repetido pranto.
Aos dias esgotados no calendário
acrescentas horas de grandes penas.
Praguejas injustos desalentos.
Cospes palavras tão coitadinhas;
Perdes a dignidade no nevoeiro
compacto das multidões…
Acaso consegues ouvir os passos
de quem caminha a teu lado?
António Patrício