As palavras são universos irrelevantes;
Tão voláteis as que escrevo,
perco-me em labírinticos enganos.
Tento formatar os sentimentos ao que escrevo…
Ou será o contrário?
Vou suavizando asperezas
com cantados amores que desconheço.
Da memória afasto cortinas
translúcidas, revisitados
momentos de outras vidas, que fui.
Falo dos passados com letras do presente;
E nos perdidos recantos sonho
harmonias verbais que não alcanço.
Interrompo o tempo a cada verso,
busco captadas realidades, distintos equívocos,
num mundo de assombrosos dias.
António Patrício