E o amor? Esse vai vagabundeando
por aí, sem correntes que o prendam,
salta as barreiras da aparente
conveniência.
Quando menos se espera
faz-se carne, palavra dorida,
tempo que pára nas esquinas
do desejo.
Pisca o olho aos passantes indefesos,
esperguíça-se no frémito sanguíneo;
sem pudor derruba vontades
em camas desfeitas.
Da narrativa dos corpos faz poesia
inventa melodias assobiadas
em tardes de prazer delicado.
Desarticulados elos que sustêm os amantes.
António Patrício