Dos dias impossíveis poderia eu falar
em tempos de confusos diálogos.
Roubar estrelas
ao negro firmamento
a cada silêncio
que murmuras de olhos fechados.
Os mares e os rios narrar
em histórias surreais
até me perder,
nos longes do fim do mundo,
em caravelas navegados;
Clandestinos prazeres.
Contornar o teu corpo,
dobrar cabos, conquistar
pátrias na tua pele nunca antes beijada.
No teu ventre
erguer padrões trágico-marítimos
em carne lavrados.
Poderia exilar-me em ti,
ilha de sereno triunfo
para o meu fraco ser.
Dos dias tornados possíveis posso eu sonhar
na aparência de meus gestos naturais.
António Patrício