Em silêncio
para não acordar a saudade
vou, o fio que prende
as tuas palavras, puxando
Desatados gestos lentos;
em que envolvo
expectantes ansiedades
Releio o que já antes relido fora,
vou gastando em usados tempos
os dias.
Mantendo a tua presença
no azul caligráfico;
linhas curvas que povoam
o sonhado querer
em que me encerro;
exílio desejado, no teu corpo
em mim guardado…
Encontro a cada carta
desfiados movimentos
da tua alma…
O centro da minha vida
dispersa vou eu construindo
na vastidão da tua ausência.
António Patrício