Eu sabia que os sonhos voavam;
voos rasantes em tempos delirantes.
Meço os dias que sou,
pelas noites que respirei.
Troco exilados lugares
por clandestinos destinos.
faço pausas, conto pétalas
caídas das murchas flores.
Sigo trajectos nas memórias que fui.
Finco as mãos no vazio que me envolve,
em palavras que vão caindo
do rasante voou dos sonhos;
e sigo manhãs.
António Patrício