Não tinha de ser triste
este nosso viver.
Comemos o pão amassado
pela raiva,
bebemos o vinho
em lágrimas destilado.
Foi inevitável o frio que me tomou,
imobilidades de alma sentidas.
Não tinha de ser triste…
Nem tão longa a curva do teu abandono.
Lembras-te da flor do deserto
que me deste?
Jaz seca pela indiferença dos dias.
António Patrício