Lembro a perfeita linha sanguinea dos lábios,
a vertigem líquida dos olhos,
o ondular constante dos cabelos.
Do teu ventre guardo o toque elástico do veludo,
dos teus seios recordo as palavras rituais
que foram ditas.
Do corpo nu
tenho a paisagem inquieta da carne…
Revelados segredos,
a sombra desenhados.
Mas foi nas tuas coxas movediças
que perdi a razão em perplexos
tempos descritos; palavras lentas.
António Patrício