Morro e renasço
para tudo compreender em mim.
São sinais destes arqueados dias;
galopes inplacáveis
pelas ruas da existência
em momentos de confusa fadiga.
Busco augúrios no voo das aves,
plumagem a negro riscada no azul
gritado desta incerteza
que me tolhe o gesto;
na dança das folhas,
que o vento força a vertiginoso baile;
nas dispostas pedras da calçada,
desenhos enigmáticos como
a vida de quem os destinou…
E nada me é revelado pelos deuses.
Em toda a procura, esperança;
tantas vezes derrotada pelos demónios
que teimam em enlaçar o que sou.
Desfilam pedaços de rostos, de almas,
pelos meus cansados olhos
que nada dizem…
Vagueio neste presente,
incerto ser…
António Patrício