Quando morre a vida,
morta,
a morte está.
Não vai aquela
outra existência ceifar.
Cada homem nasce,
ser completo,
caminho de tão inteira
solidão,
transportamos
o princípio e o fim…
O tempo que se transforma
lentamente em nós…
Escorrência arenosa
na ampulheta dos dias.
E se da eternidade
alguém ousar a ilusão,
que ganhe antes a razão.
Quando morre a morte,
morta,
a vida está.
Não vai aquela
outro existência tomar.
António Patrício