Queria respirar o silêncio
e aquietar esta ânsia
no peito a ferros cravada.
Adivinhar de olhos fechados
campos de esperança
através da cinzenta pedra.
Quebrar barreiras, muros
Abrir uma fenda,
neste existir agrilhoado.
Fechar em mim a porta
desta prisão pensada,
da liberdade fazer verdade.
Acreditar que há um futuro.
Feitar do lamento força.
Serrar os dentes e caminhar.
E fazer do tortuoso presente
momento perdido
no sonâmbulo passado.
António Patrício