Perder o tempo e o verbo
de cada vez que te olho.
Perder o gesto e o movimento
de cada vez que te admiro.
Sorrisos são vagas luzes
que iluminam as trevas
do meu rosto atónito.
E assim perdidamente
submergido perante o desafio
de amar o teu corpo.
Vou lamentando
esta tão absurda
e densa neblina que me tolhe.
António Patrício