A manhã acordou
rabugenta,
nebulada…
Um pequeno pássaro
divide o dia num
voo nervoso
traço castanho chilreado,
que tento seguir com o olhar…
Encho os pulmões
do fresco matinal.
Um arrepio percorre-me
o corpo nu,
ainda prisioneiro do teu calor,
contracção involuntária.
Cruzo os braços sobre o peito
numa tentativa vã
de aprisionar a morna tempérie
em mim.
Desisto!
Volto para o afago do teu corpo
e deixo-me deslizar na brisa tépida
do teu respirar.
Do sagaz? Já perdi a memória do seu voar!
António Patrício
Muito bonito, assim como a foto.