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carne, corres, enclausurado, inconsciência, masmorra, muro, reflexo, tarde, voragem
Tu que respiras os dias
de supetão.
Vives sem tempo,
o tempo que tens.
Consomes a vida
num reflexo sem sentido.
Amas os corpos
sem sentires o calor da carne.
Tu que corres de ti
para lado nenhum,
sem parar,
incessantemente,
que vives enclausurado
na masmorra
do teu nome sem memória
orgulhoso muro que ergues
inconsciente…
Acredita!
Talvez um dia,
ao dobrar uma qualquer
rua da cidade,
dês de caras com o tempo.
O teu tempo,
perdido na voragem
da cegueira…
Nessa altura meu insano amigo,
se os deuses forem misericordiosos
talvez não seja tarde para ti.
António Patrício